Aristides de Araújo Maia nasceu em Teófilo Otoni (MG) no dia 16 de dezembro de 1859 e faleceu no dia 24 de julho de 1903, no Rio de Janeiro. Foi político, magistrado, jornalista e comerciante.
Bacharelou-se em Letras pelo Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e no ano de 1881 doutorou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo. Diplomado, voltou a Minas Gerais para exercer a função de Promotor Público e Juiz Municipal de Rio Novo.
Foi deputado à Assembléia Provincial nos anos de 1888 e 1889. Republicano histórico, ao instalar esse regime, assumiu o Governo Provincial interinamente, entregando-o ao Presidente Cesário Alvim, que o nomeou chefe de polícia. No período entre 1891 e 1895, foi Deputado do Congresso Constituinte Federal e da 1ª Legislatura. Além de político, membro do Partido Republicano Mineiro (PRM), Aristides de Araújo Maia trabalhou no comércio e colaborou com vários jornais e revistas jurídicas. Na imprensa mineira usou o pseudônimo de “Mozambo” e em São Paulo redigiu a República, no ano de 1881.
Arthur Bernardes Filho nasceu em Viçosa (MG) no dia 16 de setembro de 1906 e faleceu no Rio de Janeiro, a 21 de julho de 1981.
Bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais em 1928. Iniciou a carreira política como secretário particular de seu pai, Arthur Bernardes da Silva, na Presidência da República, durante os anos de 1922 a 1926.
Em 1930, foi nomeado por Getúlio Vargas fiscal do governo em Minas Gerais junto ao Banco Hipotecário e Agrícola. No ano de 1932, ao lado do pai, participou, como um dos seus chefes, da Revolução Constitucionalista em Minas Gerais. Exerceu o cargo de Deputado Federal durante o período de 1935 a 1937, porém, após o golpe de 10 de novembro, foi exilado na Europa durante dois anos.
Com a redemocratização do país, elegeu-se Deputado Federal no ano de 1946. Foi eleito Senador em 1947, 1951 e 1959. Em 1955, foi eleito Vice-Governador de Minas Gerais. No governo Jânio Quadros, foi Ministro da Indústria e Comércio.
Ao longo de sua vida pública cumpriu várias missões no exterior, dentre elas, destaca-se a de membro da Delegação Brasileira à Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 1948.
Durante a Segunda Guerra Mundial, fundou a Eletromar S.A., a qual presidiu por 28 anos. Ocupou, ainda, cargos de chefia em diversas empresas e dirigiu, em Belo Horizonte, o jornal O Debate.
Pertenceu ao PR – do qual foi Presidente Nacional em substituição a seu pai – à ARENA e ao PDS.
Aurélio Egídio dos Santos Pires nasceu no Serro (MG), no dia 23 de março de 1862 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), a 25 de fevereiro de 1937.
Aos 17 anos publicou seu primeiro artigo no jornal de estudantes de Diamantina, “A Mocidade”. Na mesma cidade editou o órgão republicano “Idéia Nova”, durante o período de 1879 a 1881.
Em 1894, formou-se em farmácia pela Escola de Farmácia de Ouro Preto (EFOP). No ano de 1897, mudou-se para Belo Horizonte, cidade ainda em construção, e abriu a Farmácia Aurélio Pires, que manteve até outubro de 1903. Na capital foi Reitor do Ginásio Mineiro, diretor e professor de Geografia, História e Educação Moral e Cívica na Escola Normal Oficial.
Entre 1910 a 1913, desempenhou, no Rio de Janeiro, o cargo de Diretor de Seção do Ministério da Viação e Obras Públicas. Ao regressar a Belo Horizonte entrou para o corpo docente da então Faculdade Livre de Medicina, onde regeu as cadeiras de Toxicologia e Farmacologia (1913 -1933). A convite do Presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada dirigiu o Arquivo Público Mineiro, de janeiro de 1927 a agosto de 1930.
Aurélio Pires publicou as seguintes obras: Evangelina; Sinonímia química; Homenagem ao Dr. João Pinheiro da Silva; Subsídios para a história da fundação da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte; Compêndio de farmácia galênica e Homens e fatos de meu tempo.
Antônio Olyntho dos Santos Pires, irmão de Aurélio Pires, nasceu no Serro (MG) no dia 15 de dezembro de 1860, e faleceu em Belo Horizonte (MG), a 25 de fevereiro de 1925.
Graduou-se como engenheiro de minas na Escola de Minas de Ouro Preto (EMOP) no ano de 1882. A partir de 1884, exerceu a profissão de professor de Matemática e de Agrimensura, Topografia e Cosmografia, na escola em que se diplomara.
Foi Chefe do Partido Constitucional e participou do 1° Congresso Republicano
realizado em Ouro Preto no ano de 1888. Na mesma época, assumiu a direção do órgão republicano “O Movimento”.
Elegeu-se Deputado Federal Constituinte para o período de 1891 a 1896, porém, renunciou o mandato em novembro de 1894. Retornou ao jornalismo ao fundar e dirigir “O Estado de Minas”, em Ouro Preto, durante o período de 1893 e 1894.
Dentre as diversas funções que exerceu ao longo de sua trajetória, foi Chefe da Missão Brasileira junto à exposição de Saint Louis nos Estados Unidos no ano de 1904.
Deixou numerosos estudos sobre problemas históricos e científicos, publicados em revistas, e escreveu Silhuetas parlamentares, com o pseudônimo de “Lúcio Floro” no ano de 1898 e A mineração no Brasil; riquezas minerais, publicada em 1902, no Livro do Centenário do Descobrimento do Brasil.
Francisco Inácio Marcondes Homem de Mello nasceu em Pindamonhangaba (SP), no dia 01 de maio de 1837 e faleceu em Campo Belo, hoje Homem de Melo (RJ), em 4 de janeiro de 1918.
Em 1858, formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo e, logo em seguida, regressou à terra natal, onde foi eleito presidente da Câmara Municipal para o biênio de 1860 a 1861. Tendo concorrido ao concurso de professor de História Universal do Colégio Pedro II, foi nomeado catedrático em 9 de novembro de 1861.
Presidiu a província de São Paulo (1864), do Ceará (1865-1866), do Rio Grande do Sul (1867-1868) e da Bahia (1878). Eleito deputado da Assembléia Geral Legislativa pela província de São Paulo, para a legislatura de 1867 a 1868, teve o seu mandato cassado pela dissolução da Câmara; a província renovou-lhe, porém, esse mandato, na legislatura de 1878 a 1881. Por duas vezes exerceu o cargo de diretor do Banco do Brasil (1869-1874 e 1876-1878). De 1873 a 1878 foi inspetor da instrução pública primária e secundária do Rio de Janeiro, sob o gabinete João Alfredo. Durante esse período foi também presidente da Companhia da Estrada de Ferro São Paulo- Rio de Janeiro.
Em 28 de março de 1880, foi nomeado ministro do Império do Gabinete Saraiva, permanecendo no posto até a queda do gabinete, em 3 de novembro de 1881. Foi por duas vezes, no mesmo gabinete, ministro interino da pasta da Guerra.
A República o afastou da política ativa, entregando-o ao magistério, às ciências e às artes. Em 12 de abril de 1889, data da fundação do Colégio Militar, Barão Homem de Melo foi nomeado seu professor de História Universal e de Geografia. Foi sócio também do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico de São Paulo e do Instituto Geográfico Argentino.
Francisco Inácio Marcondes Homem de Mello escreveu diversos trabalhos para revistas e jornais sobre assuntos históricos dentre eles “Estudos Históricos Brasileiros” e “Esboços Biográficos Brasileiros”.
Chrispim Jacques Bias Fortes nasceu em Livramento, distrito de Barbacena (MG), no dia 25 de outubro de 1847 e faleceu na cidade de Barbacena (MG), no dia 14 de maio de 1917. Foi político, magistrado, advogado, promotor e fazendeiro.
Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, pela qual se bacharelou em Ciências Jurídicas e Sociais no ano de 1870. No início de sua vida pública, exerceu os cargos de Promotor de Justiça e de Juiz Municipal em Barbacena. Filiado ao Partido Liberal, em 1881, elegeu-se Deputado Provincial, sendo reeleito para o mandato de 1882 a 1889.
Instalado o regime republicano, exerceu o Governo Provisório de Minas Gerais em quatro períodos, entre os anos de 1890 a 1891. Coube-lhe, então, presidir ao pleito para a Assembléia Nacional Constituinte em Minas Gerais.
Foi eleito Senador Constituinte para a 1ª Legislatura que ia de 1891 a 1895. Como Presidente da Assembléia Constituinte teve participação decisiva na elaboração da primeira Constituição Republicana do Estado. Em 1894, foi eleito presidente de Minas Gerais. No seu governo, em 1897, a Capital do Estado foi transferida de Ouro preto para Belo Horizonte.
Em Minas Gerais, Bias Fortes procurou desenvolver a agricultura atraindo imigrantes para a lavoura e para o povoamento das terras incultas, ao mesmo tempo em que cuidava de reformar o ensino agrícola e veterinário e de ampliar a rede de vias férreas. Cumprido o período presidencial, retornou ao Senado e ali permaneceu até falecer em 1917.
David Moretzsohn Campista nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 22 de janeiro de 1863, filho de Antônio Leopoldo da Silva e Emília Moretzsohn Campista foi casado com Jovina Campista e faleceu em Copenhague, Dinamarca, a 12 de outubro de 1911. Foi político, professor, promotor, advogado, jurista e diplomata.
Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1883. Fixou residência em Rio Preto, Província de Minas Gerais,
onde advogou, foi Agente Executivo Municipal e exerceu a Promotoria Pública. No ano de 1889, organizou o Clube Republicano de Rio Preto. Em 1891, foi nomeado intendente de Rio Preto, onde instalou a primeira tipografia e lançou o primeiro jornal o “Rio Preto”.
Foi Deputado Estadual durante o período de 1891 a 1892. Assumiu a Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas no governo Afonso Pena durante o período de julho de 1892 a setembro de 1894. Como secretário incentivou o ensino profissional, criou os institutos zootécnicos de Uberaba e Campanha, e institutos agronômicos de Itabira e de Leopoldina. Organizou também a Comissão Construtora da Nova Capital e introduziu no Estado 50 mil imigrantes. Entre 1894 e 1898, dirigiu o serviço de imigração na Europa como comissário do governo mineiro em Gênova, Itália. Posteriormente, foi Secretário das Finanças do Presidente Silviano Brandão (1899-1902).
Durante o período de 1903 a 1906, exerceu o cargo de Deputado Federal, quando foi o relator do projeto de reforma do Banco da República, depois Banco do Brasil. Renunciou ao mandato para dirigir o Ministério da Fazenda em 1906. Em 1910, foi nomeado enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da Noruega e Dinamarca. Transferido para a legação de Paris, não chegou a assumir o cargo, pois faleceu em Copenhague. Além da atividade política, David Moretzsohn dedicou-se com afinco à pintura e à música.
Dermeval José Pimenta nasceu em São João Evangelista, distrito do município de Peçanha, em 6 de fevereiro de 1893. Filho de Josefina de Carvalho Pimenta e de Cornélio José Pimenta, Coronel da Guarda Nacional e figura de destaque na sociedade mineira no século XIX. Casou-se com Lúcia Pinheiro Pimenta, filha de João Pinheiro da Silva, o que contribuiu para solidificar sua influência política e social.
Sua formação aconteceu no Seminário de Diamantina, referência durante o século XIX, por onde também passaram outros políticos de destaque no cenário mineiro e nacional como Juscelino Kubitschek de Oliveira. Sua experiência acadêmica desenvolveu-se na Escola de Minas de Ouro Preto, onde recebeu o diploma de Engenheiro de Minas e Civil no ano de 1918. É também relevante citar a conquista do título de “Economista Profissional” concedido pelo Conselho Federal de Economistas Profissionais, em 1966, por motivo das diversas publicações e estudos que desenvolveu nesta área.
Iniciou a carreira de engenheiro na Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1919, ocupando o cargo de engenheiro auxiliar de construção do ramal de Mariana a Ponte Nova. Em 1921, assumiu o posto de engenheiro presidente e engenheiro-chefe da construção da Estrada de Ferro Paracatu, em Minas Gerais.
Promoveu, durante a década de 1920, a construção da usina hidrelétrica da cachoeira de São Nicolau, em sua cidade natal, onde também instalou o serviço de iluminação pública, ocupando a presidência da Companhia Força e Luz Evangelistana. Na ocasião, militou por algum tempo na política local, tendo chegado a eleger-se Agente Executivo Municipal.
Também desempenhou as funções de engenheiro fiscal das obras de remodelação da estância hidromineral de Poços de Caldas e foi engenheiro residente de estradas de rodagem no sul do Estado de 1928 a 1931.
Durante o governo de Olegário Maciel (1930-1933), foi criada a Rede Mineira de Viação – RMV, onde Dermeval José Pimenta ingressou em 28 de março de 1931 como engenheiro residente, em Barra Mansa – Rio de Janeiro. Ainda neste órgão, foi engenheiro-chefe dos Departamentos Comercial, de Contabilidade e de Transporte em 1934, chegando ao cargo de diretor no ano de 1937, no qual permaneceu até 1943.
Outra conquista de sua carreira profissional e política foi sua posse à frente da Secretaria Estadual da Viação e Obras Públicas por nomeação do Governador Benedito Cordeiro dos Campos Valadares, com um mandato de dois anos, de abril de 1943 a novembro de 1945.
O ápice da carreira de Dermeval José Pimenta foi alcançado em 1946, por conta de sua nomeação, pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, para a presidência da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD, onde conseguiu levantar recursos financeiros significativos junto ao governo federal, para que a empresa pudesse dar continuidade a suas atividades. Dermeval José Pimenta permaneceu na CVRD até o ano de 1951, sendo um dos responsáveis pela sua nacionalização.
Assumiu novamente a direção da Rede Mineira de Viação no ano de 1951, a convite do governador Juscelino Kubitschek. Neste período foi convocado pelo governo, em 1956, a visitar a feira permanente de Hannover na Alemanha, bem como suas usinas siderúrgicas e automobilísticas, com o objetivo de buscar investimentos estrangeiros para o estado de Minas Gerais. Também percorreu, a convite de industriais da França e da Itália, as usinas siderúrgicas e as fábricas de material ferroviário destes países. No mesmo ano, foi designado pelo Governo de Minas a integrar a comissão mista nipo-brasileira para conhecer as indústrias siderúrgicas do Japão, buscando apoios técnico e financeiro para a instalação da USIMINAS.
Em 1959, como diretor superintendente da Rede Mineira de Viação, recebeu uma bolsa de estudos, patrocinada pela International Cooperation Administration – I.C.A. – para visitar, nos Estados Unidos, as estradas de ferro e as indústrias de fabricação de material ferroviário, rodante e de tração.
No decorrer da década de 1960, acumulou cargos relevantes como a presidência da Companhia de Aços Especiais de Itabira (ACESITA), a direção do setor financeiro da Giustina do Brasil S/A (1966) e da Companhia de Cerâmica João Pinheiro, em Caeté.
Dermeval José Pimenta também foi sócio fundador da Sociedade Mineira de Engenheiros – SME – onde exerceu os cargos de vice-presidente e presidente dos Conselhos Consultivo e Deliberativo.
Além da atuação no cenário político-econômico do Estado, Dermeval José Pimenta também deixou sua contribuição em organizações culturais como o Conselho Estadual de Cultura e o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, dos quais assumiu a presidência no ano de 1968. Nestas instituições incentivou e desenvolveu projetos e discussões que contribuíram para a formação da identidade de Minas Gerais. É importante ressaltar, ainda, que Dermeval José Pimenta foi um intelectual de vanguarda no que diz respeito aos estudos sobre a “Estrada Real”, a qual era tratada por “Caminhos de Minas Gerais”.
Como escritor publicou diversos trabalhos, entre eles: Angra dos Reis (1933); Os mineiros do sul fluminense (1934); A revolução das estradas de Minas Gerais (1944); O minério de ferro na economia nacional (1950); A posição do engenheiro na revolução social do Brasil (1953); Aspectos econômicos de Minas Gerais; Transporte de Minério, em larga escala, do centro de Minas ao litoral (1953); Posição de Minas Gerais na exportação de minério de ferro (1955); Estradas de ferro eletrificadas do Brasil (1957); Conselheiro Cristiano Benedito Otoni; A mata do Peçanha, sua história e sua gente; Implantação da grande siderurgia em Minas Gerais e Transporte de matérias-primas e produtos siderúrgicos (1957) e A Vale do Rio Doce & sua história (1981). Faleceu em 1991 em Belo Horizonte (MG).
Francisco de Assis Barbosa nasceu em Guaratinguetá (SP), no dia 21 de janeiro de 1914 e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 08 de dezembro de 1991.
Em 1931, ingressou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, depois Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil. Iniciou a atividade de jornalista ainda estudante e participou dos seguintes jornais e revistas: “A Noite”, “A Noite Ilustrada”, “O Imparcial”, “Vamos Ler”, “Carioca”, “Diretrizes”, “Revista do Globo”, “Correio da Manhã”, “Diário Carioca”, “Folha da Manhã”, de São Paulo, e “Última Hora”.
Ao lado de sua atividade no jornalismo, exerceu cargos administrativos, técnicos e de assessoria editorial. Dirigiu, por exemplo, o Anuário Brasileiro de Literatura, o Centro de Estudos Históricos da Fundação Casa de Rui Barbosa e a Associação Brasileira de Escritores. Foi assessor editorial e redator da enciclopédia BARSA e dos Anais e Documentos Parlamentares, elaborou o plano de reestruturação do sistema de arquivos de São Paulo e trabalhou no Serviço de Documentação da Presidência da República e na Casa Civil, durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Foi professor visitante da Universidade de Wisconsin nos Estados Unidos, ministrando o curso de História das Idéias Políticas no Brasil, no ano de 1968. Além disso, foi membro da Academia Brasileira de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Escreveu várias obras, dentre as quais se destacam A vida de Lima Barreto, Retratos de família e Juscelino Kubitschek uma revisão na política brasileira.
Francisco de Assis Gonçalves, Sô Cotta, nasceu em 28 de abril de 1847, no distrito de Santa Maria, município de Itabira, MG. Era filho de Sotero Gonçalves Couto e Izabel Cândida de Oliveira Drummond.
Casou-se com Maria Felizarda Drummond (Mariquinhas), sua prima com quem teve sete filhos.
Fazendeiro e negociante, também exerceu a função de rábula, advogado sem formação acadêmica. Esta atividade ocupou boa parte do seu tempo, no receber incumbências de comprar, vender, e alugar casas, terrenos e escravos, promover inventários, além de resolver demandas e outras pendências. Foi constituído, por negociantes matriculados pelo Tribunal do Comércio do Império, como seu Procurador na Província de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e nas demais partes do Império.
Como fazendeiro, Sô Cotta produzia cachaça e açúcar, mas se destacou nitidamente na cultura do café, o ponto forte de seus negócios, realizados através da Firma Pio Gonçalves & Irmão, fundada em sociedade com seu irmão Pio. A sede das transações era a loja “A Primavera”, no arraial de Santa Maria, na atual Rua Padre José Martins.
Antes de 1900, porém, ele se afastou do cargo e da sociedade, indo residir em Diamantina, sem se alterar com isso o nome da Firma.
O ouro foi o segundo foco de negócios de Sô Cotta. A aquisição de objetos de prata ocorria em menor escala. Por seus méritos de arguto negociador, sempre à frente dos acontecimentos de sua época, alguns proprietários de minas e jazidas minerais o elegeram como seu representante junto a ingleses, americanos e franceses que, por volta de 1911, chegavam à região no intuito de explorá-las. Atuou também no comércio de gado e animais de tropa e a prestação de serviços.
Foi agente de assinaturas de jornais e aquisição de bilhetes de loteria, encomendados da Corte, para os clientes.
Como político, Sô Cotta foi vereador da Câmara Municipal de Itabira, foi Presidente do Conselho Distrital de Santa Maria e cofundador do Partido Republicano em Itabira. E pela influência que exercia, não só em terras de Santa Maria e de Itabira, mas por toda a região, recebia cartas de grandes políticos solicitando apoio para sua candidatura.
Francisco de Assis Gonçalves faleceu em 13 de março de 1926, na sua fazenda em Santa Maria de Itabira.
Felisberto Gouveia Horta, entre 1867 e 1907, foi Juiz Municipal de Órfãos e de Direito do termo e comarca de Paraibuna, Procurador Fiscal e dos Feitos da Fazenda Provincial e Juiz de Direito das comarcas de Rio Verde, Campanha e Três Corações. Em 1881, foi nomeado Cavalheiro da Ordem da Rosa, por D. Pedro II e, no ano seguinte, como Juiz de Direito de Campanha, combateu o Movimento Separatista do Sul de Minas Gerais. No ano de 1907, foi nomeado Prefeito de Poços de Caldas.
O jornal Folha de Minas foi diário fundado em 14 de outubro de 1934 em Belo Horizonte, pela Sociedade Anônima Folha de Minas mantenedora do jornal.
Seu primeiro diretor foi Afonso Arinos de Mello Franco e seus principais redatores os Srs. Luís de Bessa e Newton Prates. Suas matérias cobriam a política mineira, nacional e internacional, bem como a cultura, economia, religião, ocorrências policiais e por um tempo determinado puplicou o suplemento Folha de Minas Infantil. No período das décadas de 1940 e 1950, fez uma ampla cobertura dos desdobramentos internacionais no decorrer e no pós-segunda guerra mundial.
O jornal Folha de Minas encerrou suas atividades em novembro de 1964.
Francisco Magalhães do Valle, nasceu em 20 de março de 1869 na Fazenda São Joaquim, no distrito de Porto das Flores, pertencente à cidade de Juiz de Fora (MG). Músico e compositor, estudou, primeiramente, com seu pai, o flautista Manuel Marcelino do Valle (1839-1903). Começou a compor aos quatorze anos de idade e, a partir de 1885, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou piano. Suas primeiras obras, escritas sob orientação de Miguel Cardoso, foram a Sonata em Dó menor e a Mazurca Sentimental. Estimulado pela rápida ascensão profissional, partiu para França em setembro de 1887, foi aluno ouvinte do Conservatório de Paris retornando ao Brasil em 1890. Francisco Valle passou um curto período dando aulas de piano em fazendas da região de Juiz de Fora, casando-se em 1894 com Maria da Conceição Coimbra, que faleceu em 1903, com a qual teve três filhos. Um ano após seu casamento, Francisco Valle transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu como professor de piano. Foi também nomeado membro honorário do conselho do Instituto Nacional de Música em 1896, integrando bancas de exames na instituição. Uma doença neurológica que já se manifestava por essa época obrigou-o a retornar para Minas Gerais em outubro de 1899, fixando-se em Juiz de Fora. Recuperado de sua doença, Valle casou-se com Petrina Leal, tendo com ela seu quarto filho. Em 1906 Valle escreveu sua última obra completa –O Batel da Dor, para dois pianos – provavelmente inspirada no trágico naufrágio do navio Aquidaban. Foram localizadas obras musicais de Francisco Valle na Biblioteca do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, na Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional e na Biblioteca Alberto Nepomuceno da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faleceu em 10 de outubro de 1906.
Francisco Augusto de Paiva Bueno Brandão nasceu em Ouro Fino, MG, a 22 de abril de 1823. Filho do Capitão Emigdio de Paiva Bueno e de Maria Francisca de Paiva Bueno. Casado com Francisca de Paiva Sanches. Ingressou em 1862 na Guarda da Marinha Brasileira. Em 1867 é condecorado como Cavaleiro da Ordem de Cristo pelos serviços prestados na campanha do Paraguai. Foi Promovido a 1° Tenente da Armada Nacional pelo Imperador D. Pedro II (1869), nomeado Ajudante da Diretoria de Maquinistas do Arsenal da Marinha (1878), Professor da Escola de Maquinistas (1879), nomeado Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz (1880), Ajudante de Fiscalização da Construção de Navios, na Europa (1881), Diretor das Oficinas de Máquinas do Arsenal da Marinha em Pernambuco (1885), Professor da Escola Naval (1891) e Capitão de Mar e Guerra (1901). Faleceu na cidade de Ouro Fino em dezembro de 1920.
Israel Pinheiro da Silva nasceu em Caeté (MG), a 04 de janeiro de 1896. Formou–se em Engenharia Civil e de Minas pela Escola de Minas de Ouro Preto. Destacou-se como industrial, político e engenheiro.
Em Caeté, como industrial, dirigiu a cerâmica da família (Cerâmica João Pinheiro, posteriormente Cerâmica Nacional) e participou da instalação da Cia. Mineira de Metalurgia.
Como político, foi vereador, agente do executivo e membro do Conselho Consultivo do Estado de Minas Gerais entre 1922 e 1933. Durante o Governo e Interventoria de Benedito Valadares Ribeiro (1933-1945), foi Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas (1933-1935) e Secretário da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho (1935-1942). Neste cargo criou a cidade industrial de Contagem, a Feira de Amostra e instalou a Rádio Inconfidência. Para fortalecer a economia agroindustrial, implantou e expandiu centros de pesquisas e escolas para formação de mão de obra, como a Fazenda Escola de Florestal e o Instituto Biológico de Belo Horizonte.
Participou da criação da Companhia Vale do Rio Doce, da qual foi presidente entre 1942 e 1945. Foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) e foi deputado constituinte em 1946.
Com o início da construção de Brasília, assumiu em 1956 a presidência da Companhia Urbanizadora da Nova Capital – NOVACAP-, sendo subsequentemente o primeiro Prefeito de Brasília (1961-1962).
Em Minas Gerais, foi governador do Estado de 1966 a 1971. Neste período, com a extinção dos antigos partidos, filiou-se à ARENA; modernizou a administração do Estado com a criação do Centro de Processamento de Dados, do Escritório Técnico de Racionalização Administrativa, do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e da Fundação João Pinheiro. Com o objetivo de desenvolver a agroindústria, instalou fazendas-escola, criou a RURALMINAS e o Plano de Desenvolvimento do Noroeste (PLANOROESTE). Criou cidades industriais em diversas regiões e ampliou o financiamento para projetos industriais, trazendo para Minas Gerais indústrias de base. Fundiu os bancos estaduais então existentes e criou o Banco do Estado de Minas Gerais (BEMGE). Em Belo Horizonte, iniciou a construção do Viaduto da Lagoinha, do Novo Terminal Rodoviário e do Palácio das Artes.
Israel Pinheiro deixou a vida pública em 1971 e faleceu em Belo Horizonte, a 6 de julho de 1973.
João Dornas Filho nasceu em Itaúna – Minas Gerais, em 07 de agosto de 1902. Filho de João Dornas dos Santos e de Maria Eugênia Viana Dornas, casou-se com Maria Efigênia Dornas e não teve filhos, faleceu em 1962.
Em Belo Horizonte cursou o Ginásio Mineiro. Foi político, historiador, folclorista e escritor, colaborou em diversos jornais e revistas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Academia Mineira de Letras.
Como escritor foi autor de 28 obras, fez parte do movimento de reforma das artes e letras mineiras, através do periódico denominado “Leite Criôlo”, de significativa circulação em Minas Gerais. Dornas participou deste movimento em conjunto com Aquiles Viváqua e Guilhermino César.
João Dornas Filho também se dedicou aos estudos sobre negros, índios e ciganos.
José Aparecido de Oliveira nasceu em São Sebastião do Rio Preto, distrito do município de Conceição do Mato Dentro, em 17 de fevereiro de 1929 e faleceu em Belo Horizonte em 19 de outubro de 2007, filho da professora Araci Pedrelina de Lima Oliveira e de Modesto Justino de Oliveira.
Entre 1946 e 1947, atuou no jornal Informador Comercial, futuro Diário do Comércio, onde fazia comentários políticos na coluna “Política, Políticos e Politiques – Homem da Rua”. Era um período de redemocratização do país, liberdade de imprensa e reativação das articulações político-partidárias. Paralelamente, José Aparecido é admitido como funcionário da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais e em 1948, foi transferido para Rádio Inconfidência de Belo Horizonte.
A partir do jornalismo e de sua atuação no Estado, aproximou-se de políticos como Américo René Giannetti e José de Magalhães Pinto, então Secretário de Finanças do Estado.
Em 1954 foi nomeado Chefe de Gabinete do prefeito de Belo Horizonte Celso Mello Azevedo.
As suas articulações e vinculações udenistas aproximaram-no de José Magalhães Pinto. Filia-se ao partido União Democrática Nacional (UDN) que tinha em Magalhães Pinto uma de suas principais lideranças.
Na campanha presidencial e estadual de 1960, José Aparecido aproxima-se também de Jânio da Silva Quadros, candidato a uma frente de partidos políticos liderada pela UDN. Simultaneamente participa das campanhas de Magalhães Pinto e Ney Braga candidatos, respectivamente, aos governos de Minas Gerais e Paraná.
Em 1960, integra a comitiva do futuro Presidente da República Jânio Quadros durante viagem à Cuba, a convite de Fidel Castro. Em julho de 1960, assume a função de principal coordenador da candidatura janista. Eleito, Jânio o nomeia Secretário Particular da Presidência da República, cargo do qual toma posse a 31 de janeiro de 1961.
Após a renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, reaproxima-se do Governador de Minas Gerais, José Magalhães Pinto. Foi nomeado Secretário da Agricultura do Estado de Minas Gerais cargo que exerceu em 1962. No mesmo ano, foi eleito Deputado Federal.
Em 1963, foi nomeado Secretário de Governo do Estado de Minas Gerais e em 1964, retoma as atividades parlamentares, tendo os seus direitos políticos cassados com o Ato Institucional (AI-I) em 10 de abril.
José Aparecido se manteve desenvolvendo atividades empresariais, participando de atividades e iniciativas na área cultural e atuando informalmente próximo a políticos do interior do Estado de Minas Gerais, principalmente de sua terra natal, Conceição do Mato Dentro.
A Lei de Anistia, em 1979, restaurou os direitos políticos dos deputados cassados pela Golpe de 1964.
José Aparecido, Magalhães Pinto, Tancredo Neves, Hélio Garcia, Itamar Franco e outros políticos fundam em 1980, o Partido Popular (PP). Em fevereiro de 1982 o PP é incorporado ao PMDB. Tancredo Neves e Hélio Garcia se candidatam ao Governo de Minas e José Aparecido à Câmara Federal. Com a eleição de Tancredo, José Aparecido tornou-se Secretário de Cultura do Estado. No governo Sarney foi o primeiro ministro de Estado da Cultura e pouco depois tornou-se governador do Distrito Federal, cargo que ocupou de 1985 a 1988. Ainda no Governo de José Sarney, dos anos de 1988 a 1990, assumiu o cargo de ministro da Cultura e se empenhou na assinatura do Ato Constitutivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.
Em 1992, José Aparecido foi nomeado embaixador do Brasil em Portugal e apresentou a proposta de criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que foi concretizada em junho de 1996. José Aparecido também exerceu o cargo de assessor especial de relações internacionais do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e presidiu a Fundação Oscar Niemeyer.
Júlio Bueno Brandão nasceu na cidade mineira de Ouro Fino em 11 de julho de 1858 e faleceu no Rio de Janeiro em 21 de março de 1931. Filho do tenente da Armada Nacional Francisco Augusto de Paiva Bueno Brandão e Francisca Paiva Sanches Bueno. Casou-se com Hilda Bueno Brandão, com quem teve 6 filhos: Júlio, Fabio, Celso, Floriano, Francisco e Maria.
Apesar de não ser diplomado em direito, pelos seus conhecimentos jurídicos, em 1879, foi autorizado a advogar pelo Tribunal de Relação de Minas Gerais. Em 1881, foi nomeado juiz municipal de Ouro Fino.
Iniciou sua carreira política em 1883. Foi vereador, presidente da Câmara Municipal e agente do executivo de Ouro Fino. Em sua administração destacam-se a construção da rede de abastecimento de água, melhorias nos serviços de telefonia, a criação da Escola Prática de Agricultura, da Associação jornalística e literária da cidade e, o jornal a Gazeta de Ouro Fino em 1892, sendo seu redator e diretor. Entre 1891 e 1901, exerceu o cargo de presidente do Conselho de Intendência de Ouro Fino.
Participou do movimento republicano, sendo deputado estadual e senador federal entre 1893 e 1906. Foi várias vezes presidente do Partido Republicano Mineiro, PRM.
Em 1906 foi eleito vice-presidente de Minas na chapa de João Pinheiro, Em 25 de outubro de 1908, com o falecimento de João Pinheiro foi empossado presidente e a seguir foi eleito presidente de Minas, para o quadriênio 1910-1914. Em 1913, participou do Pacto de Ouro Fino, por meio do qual garantia a alternância dos estados de Minas e São Paulo no controle da política nacional. Em 1916, foi eleito deputado federal e senador federal em 1924. No senado, foi um dos lideres da Aliança Liberal. Adoeceu em 1930, ainda enquanto era senador, vindo a falecer no ano seguinte aos 72 anos de idade.
João Pinheiro da Silva nasceu no Serro (MG) no dia 16 de dezembro de 1860 e faleceu em 25 de outubro de 1908, na cidade de Belo Horizonte (MG).
Diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1887. Paralelamente aos estudos, dedicou-se a outras atividades, como o jornalismo, o magistério e a política. João Pinheiro mudou-se para Ouro Preto, local onde estabeleceu um escritório de advocacia. Na cidade, foi um dos organizadores do Clube Republicano e, em julho de 1888, liderou a organização do primeiro Partido Republicano Mineiro, passando a dirigir o seu jornal o movimento.
Em 1889, candidatou-se ao cargo de Deputado Provincial. No ano seguinte, foi nomeado, pelo Governo Provisório, Secretário do Estado de Minas Gerais. Foi o primeiro Vice-Governador do Estado de Minas Gerais, no governo de Cesário Alvim. Em fevereiro de 1890, substituiu este último na direção do Governo Mineiro e permaneceu no cargo até julho do mesmo ano, quando renunciou. Após deixar o governo, elegeu-se Deputado Federal e foi escolhido representante de Minas na primeira Assembléia Constituinte Republicana.
No ano de 1899, assumiu a Presidência da Câmara Municipal de Caeté e exerceu também a função de Agente Executivo nesta mesma cidade. Em 1903, presidiu o primeiro Congresso Agrícola, Industrial e Comercial de Minas Gerais. No ano de 1904, foi eleito para o Senado Federal, cargo que exerceu por pouco tempo, pois em 1906, tornou-se Presidente de Minas Gerais.
Como presidente, dedicou-se principalmente às tarefas administrativas, buscando por em prática as estratégias que julgava apropriadas para tirar Minas da situação de estagnação econômica em que se encontrava. Empenhou-se também na solução das questões políticas, sociais e educacionais do estado. Deu início à reforma do ensino primário e técnico-profissional, criou a Escola Normal de Belo Horizonte e fundou o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Alferes Luiz Antonio Pinto nasceu no dia 06 de agosto de 1841 em Caeté (MG). Filho de Antonio Pedro Pinto e Joaquina Rosa de Moraes, era solteiro e tio materno do Governador João Pinheiro da Silva. Foi professor, genealogista e pesquisador da História do Serro, Diamantina e adjacências.
Durante a Guerra do Paraguai, integrou o 18° Batalhão de Voluntários da Pátria e pertenceu ao Destacamento do Serro.
Participou de vários livros como pesquisador: Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freire, Anuário de Minas Gerais de Nelson Coelho de Senna e Revistas do Arquivo Público Mineiro e do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
No Arquivo Público Mineiro foi um dos correspondentes que muito colaborou com a formação do acervo, entre as suas doações, destacamos: obras raras, jornais mineiros, teses médicas e documentos administrativos e eclesiásticos do período colonial, conforme as cartas de doações a José Pedro Xavier da Veiga.
Faleceu no dia 29 de junho de 1924, aos 83 anos de idade, na cidade do Serro (MG).
Luciano Amédée Péret, nasceu em 07/01/1928 em Belo Horizonte (MG), filho de José Amédée Péret e Lúcia Vieira Péret.
Engenheiro, arquiteto, urbanista foi professor da Escola de Arquitetura e Urbanismo e também na Escola de Belas Artes da UFMG.
Participou do grupo de criação do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico-IEPHA/MG e foi seu diretor executivo, de 1971 a 1979, e presidente, de 1979 a 1983. Destaca-se pelo trabalho de tombamento do Palácio da Liberdade e como arquiteto responsável pela construção do Palácio dos Despachos. Foi também membro do Comitê Provisório do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS.
Atuou nos projetos de restauração e conservação do patrimônio público de Minas Gerais. Publicou diversos artigos sobre preservação do patrimônio histórico e obras de restauração.
Moacyr Assis Andrade nasceu em 09 de novembro de 1897, em Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete. Casou-se com Martha Chagas Andrade e teve quatro filhos: Moacyr Afonso Andrade, Francisco Assis Andrade, Paulo Afonso Andrade e Maria Auxiliadora Andrade.
Em 1915, diplomou-se em odontologia pela Faculdade de Medicina de Minas Gerais.
Em 1917 iniciou seus trabalhos de jornalista na imprensa mineira, trabalhando em diversos jornais. No “Diário da Tarde”, onde idealizou e redigiu as primeiras colunas do “Alô, Alô!” com o pseudônimo de Gato Félix, foi cronista na coluna Bar do Ponto. No jornal “Estado de Minas” foi responsável pelos editoriais e por crônicas na coluna Vida Social com o pseudônimo de José Clemente. Na Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais foi diretor, redator e revisor. Foi ainda colaborador dos jornais: “A Nota” e “Novidades”; e das revistas: “Risos e Sorrisos” e “Minas em Foco”. Dirigiu o panfleto “Esquina” e foi redator do “Correio Mineiro” e “Diário Mineiro”.
De 1936 a 1937 usou o pseudônimo de Pajé Tupiniquim para publicar crônicas em todos os órgãos dos Diários Associados. Em 1956 foi diretor do Jornal Folha de Minas.
Entrou na Academia Mineira de Letras em 1935, onde ocupou a cadeira de nº 15 de Bernardo Guimarães.
Respondeu pela Secretaria da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho como diretor. Foi membro da Delegação Oficial Brasileira na Conferência Cultural da Unesco, em Nova Delhi, na Índia. Recebeu “A Medalha de Honra da Inconfidência.”
Trabalhou a frente de rádios como Chefe do Serviço de Rádio Difusão da Secretaria da Agricultura. Foi diretor por cinco anos da Rádio Inconfidência. Em 1961 aposentou-se do serviço público.
Publicou várias obras, entre elas destacam-se: “Ortografia Simplificada” (didática), “Republica Decroly” (romance), “Memória de um Chofer de Praça” (romance), “ “Espírito de Antônio Carlos”, (estudo político-biográfico) “Depoimento de um Dentista Frustrado” (memórias), “Hora para o Sono”(contos), “Memórias de um Escriba Oficial” (publicado no Jornal Estado de Minas em 40 capítulos).
A Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete homenageou Moacyr Andrade com nome de rua. Faleceu em 1979.
Manoel Basílio Furtado nasceu em Queluz (MG) no dia 2 de novembro de 1826 e faleceu em 13 de maio de 1903.
Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1857. Posteriormente, trabalhou no Hospital de Nossa Senhora da Lapa, na Santa Casa de Misericórdia da Corte (RJ) e em diversas cidades mineiras.
Seu primeiro cargo político foi de vereador de Mar de Espanha. Em 1868, foi eleito Deputado da Assembléia Provincial Mineira. Participou também de excursões científicas nas províncias do Espírito Santo e do Rio de Janeiro e publicou inúmeros trabalhos antropológicos e etnológicos. Destacou-se como fotógrafo, deixando riquíssimo acervo.
Milton Soares Campos nasceu em Ponte Nova (MG), em 16 de agosto de 1900, e faleceu em Belo Horizonte (MG), em 16 de janeiro de 1972. Foi um político, professor, jornalista e advogado brasileiro. Exerceu os cargos de governador de Minas Gerais (1947-1951), deputado federal (1946/1954-1959), senador (1967-1975) e ministro da Justiça (1964/1965).
Milton Campos bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Minas Gerais – atual UFMG – em dezembro de 1922, e, ainda estudante, apoiou os candidatos oposicionistas da Reação Republicana aos governos estaduais e à República. A partir de 1925 passou a dedicar-se profissionalmente também ao jornalismo, assumindo a direção dos Diários Associados em Minas, fundando e colaborando com os jornais Estado de Minas e Diário de Minas. Em 1934 elegeu-se deputado à Constituinte de Minas Gerais pelo Partido Progressista (PP). Com o fechamento das assembleias legislativas, voltou a advogar para a Caixa Econômica Federal até 1944, quando foi exonerado do cargo por ser um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, documento divulgado em outubro de 1943 representando a primeira iniciativa dos setores liberais contra o Estado Novo.
Foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte em 1945, mesmo ano em que participou da fundação da União Democrática Nacional (UDN). Dois anos depois ganhou a eleição para o governo mineiro com coligação entre a UDN, o Partido Republicano (PR) e uma ala dissidente do Partido Social Democrático (PSD), além de integralistas e comunistas. Foi também candidato à vice-presidência da República por duas vezes (1955 e 1960), sendo derrotado em ambas. Em 1958 elegeu-se senador por Minas Gerais. Participou ativamente das articulações que levaram ao golpe militar de 1964. Foi nomeado ministro da Justiça e Negócios Interiores pelo presidente Castelo Branco, demitindo-se em 1965, por não concordar com a edição do Ato Institucional nº 2. Em 1966 foi reeleito senador. Milton Soares Campos é também patrono da Faculdade Milton Campos, especialista na área do direito, com sede em Nova Lima (MG). Faleceu durante seu último mandato como Senador, em Belo Horizonte, em janeiro de 1972.
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Dicionário biográfico de Minas Gerais: período republicano, 1889-1991. Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 1994, p.136-140.
Olegário Dias Maciel nasceu em Bom Despacho (MG) no dia 6 de outubro de 1885 e faleceu em Belo Horizonte, a 5 de setembro de 1933.
Fez o curso de Humanidades, no Colégio do Caraça (MG), e diplomou-se em Engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1878.
Iniciou a carreira política ainda no Império, ao se eleger Deputado Provincial no período de 1880 a 1883. Em Patos de Minas, foi Agente Executivo Municipal. Em 1888, foi nomeado engenheiro superintendente da Companhia Belga da Estrada de Ferro Pitangui-Patos.
Voltou à política como Deputado Estadual para a legislatura de 1891 a 1895 e, em seguida, foi Deputado Federal (1894-1911). No período presidencial de Venceslau Brás ocupou os cargos de Consultor Técnico do Ministério da Viação e de Inspetor-Geral dos Serviços de Vias Férreas.
Em 1922, por indicação do Partido Republicano Mineiro, exerceu o cargo de Vice-Presidente do Estado de Minas Gerais. Entre 1924 e 1930 foi Senador Estadual.
Quando ocupava o cargo de Senador Federal foi escolhido, em 1930, candidato de conciliação do Partido Republicano Mineiro à Presidência do Estado de Minas Gerais. Suspensa a ordem constitucional, em 1930, e criado o Governo Provisório da República, continuou à frente do Executivo mineiro até falecer em 1933.
Pedro Aleixo nasceu no Distrito de São Sebastião (hoje Bandeirantes), município de Mariana (MG), no dia 1º de agosto de 1901, e faleceu em Belo Horizonte (MG), a 3 de março de 1975.
Bacharelou-se pela Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais em 1922. Durante o curso, dirigiu a Revista Acadêmica. Exerceu a advocacia e, ao mesmo tempo, militou na imprensa, primeiro no Diário da Manhã (1923) e, em seguida, no Estado de Minas, do qual foi um dos fundadores, em 1927. Durante o período de 1927 a 1930, integrou o Conselho Deliberativo Municipal de Belo Horizonte.
Foi Deputado da Assembléia Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1934. Em maio de 1937, foi eleito Presidente da Câmara dos Deputados. No ano de 1938, foi escolhido Presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais e Diretor Jurídico do Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais. Em 1943, assinou o Manifesto dos Mineiros, sendo, em conseqüência, afastado do Banco Hipotecário.
Foi eleito Deputado da Assembléia Nacional Constituinte para o período de 1947, mas licenciou-se de março de 1949 a julho de 1950 para ser Secretario do Interior e Justiça no Governo de Milton Campos. Elegeu-se Deputado Federal para o período de 1959 a 1963 e foi reeleito para a legislatura de 1963 a 1967.
Na presidência de Jânio Quadros, foi líder do Governo na Câmara dos Deputados. No período de Castelo Branco, foi líder do Governo e, em 1966, foi Ministro da Educação e Cultura. No governo de Arthur da Costa e Silva, foi eleito Vice-Presidente da República pelo Colégio Eleitoral.
Como membro do Conselho de Segurança Nacional, foi contra o Ato Institucional n° 5, de 13 de dezembro de 1968, pois afirmava que as medidas adotadas institucionalizariam a ditadura e seria um perigo para a ordem constitucional. Ao presidir a Comissão de Juristas, incumbida de preparar a reforma constitucional em 1969, tentou introduzir medidas que desfizessem o regime de arbítrio instalado.
Com a doença e morte do presidente Arthur da Costa e Silva, foi impedido pelos militares de assumir a presidência da República.
Em 1970, rompeu com o governo, retornou a Minas, voltou a exercer a advocacia e dedicou-se à criação do Partido Democrático Republicano, que até o momento do seu falecimento, não se concretizou. A proposta desse partido consistia na manutenção, defesa e aperfeiçoamento do regime democrático definido na Constituição, além do compromisso de assegurar e preservar os direitos fundamentais da pessoa humana.
Pedro Aleixo foi também um dos fundadores da Faculdade Mineira de Direito, hoje integrante da PUC-MG, e ali foi catedrático de Direito Penal. Foi ainda membro da Academia Mineira de Letras e fundador da instituição de assistência a menores, Fundação São José, em Ibirité (MG).
Paulo Campos Guimarães,nasceu em 25 de abril de 1918, na cidade de Conceição do Pompeu, atual Pompeu, MG. Filho de Jacinto Caetano da Silva Guimarães e de Francisca Campos Guimarães, casou-se com Marina Matos Guimarães. Foi político, servidor público, advogado e professor.
Estudou no Ginásio Mineiro em Belo Horizonte, bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1944.
Como funcionário público, entre 1947-1951, trabalhou na Secretaria das Finanças como assistente jurídico no governo Milton Soares Campos, e como chefe de gabinete do Secretário de Estado de Finanças José de Magalhães Pinto.
Deputado Estadual entre 1951-1963. Em 1961 renunciou ao mandato para assumir o cargo como Chefe do Gabinete dos governadores Israel Pinheiro e Rondon Pacheco. Entre 1967-1975, foi diretor da Imprensa Oficial e Coordenador de Cultura do Estado entre 1975-1980.
Atuou como professor nas Faculdades de Direito, Filosofia e de Ciência Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Foi titular de Cartório de Imóveis de Belo Horizonte, presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Minas Gerais, presidente da Comissão de reestruturação da Fundação Universidade do Trabalho de Minas Gerais – UTRAMIG e da Comissão de Reestruturação da Caixa Econômica Federal. Filiouse aos partidos políticos UDN e Arena.
Faleceu em Belo Horizonte em 9 de julho de 1980.
Percival Farquhar, filho do industrial Arthur Bringgs Farquhar, nasceu em 19 de outubro de 1864, em York (Pensilvânia).
Cursou o colegial no York Collegiate Institute e, em 1884, formou-se em engenharia pela Faculdade de Yale. Em 1890, envolveu-se em negócios de transportes e outros serviços públicos na América Central. Em 1900, participou da administração de várias empresas nos Estados Unidos. Obteve concessão para abastecimento de eletricidade e construção de ferrovias em Cuba e na Guatemala.
Suas atividades industriais no Brasil começam a partir de 1904, em sociedade com o também engenheiro norte-americano F. S. Pearson e o advogado canadense Alexander Mackenzie. Fundou no Rio de Janeiro a Light and Powers, encarregada pelos serviços públicos de iluminação a gás, à energia elétrica; e a Tramways, encarregada pelo transporte de bondes.
Em 1905, obteve concessão para construir e explorar o Porto de Belém (Amazônia). Em 1906, fundou a Brazil Railway Company e tinha projeto para a construção de um sistema ferroviário que unificasse a América do Sul. Comprou a ferrovia São Paulo-Rio Grande e, mais tarde, comprou a ferrovia Sorocaba e a maior parte das ferrovias Mojiana e Paulista. Desenvolveu a exploração de madeira na região entre Paraná e Santa Catarina, instalando no local a Serraria Três Barros (SC). Executou as obras do porto do Rio Grande (RS). Fundou o primeiro grande frigorífico em Osasco (SP).
Em 1907, começou a construir a Ferrovia Madeira-Mamoré. Em 1909, fundou a Companhia de Navegação da Amazônia, a Amazon Development Company e a Amazon Land & Colonization Company. Em 1912, acabou a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, e foi a Rússia estudar um programa de industrialização do carvão. Por volta de 1914, suas indústrias entraram em falência.
Em 1919, apresentou um programa de ativação da Itabira Iron Ore Company, empresa de um grupo britânico para o qual já havia trabalhado como advogado e que passou a administrar. Analisado pelo congresso, em 1939, o contrato da Itabira foi declarado como caduco. Farquhar fundou com empresários brasileiros a Companhia Brasileira de Mineração, a qual incorporou parte dos bens da Itabira e suas jazidas. Em 1942, o governo fundou a Vale do Rio Doce e comprou todos os direitos e propriedades da Itabira.
Em 1946, criou a Companhia de Aços Especiais (Acesita). A partir de 1952, o controle da Acesita passou para o Banco do Brasil.
Farquhar morreu no dia 4 de agosto de 1953, em Nova Iorque.
Romeu Andrade Duffes Teixeira, nasceu em 04/02/1900, natural de Sítio município de Barbacena. Filho de Thomaz Duffes Teixeira da Costa e Edimeia Andrade Duffes Teixeira. Engenheiro Industrial formou na Escola de Engenharia Nacional da Universidade do Brasil – Rio de Janeiro. Foi responsável por vários projetos importantes com destaque para o Plano da futura cidade industrial – Acesita, em 1952. Faleceu em setembro de 1977.
Sigefredo Marques Soares, nasceu em Contagem (MG), no dia 06 de agosto de 1911, filho de José Candido Soares e América Marques Soares. Teve grande atuação como advogado, escritor, professor e pesquisador nas áreas jurídicas e história social.
Em 1933 concluiu o curso de Humanidades no Ginásio Mineiro e em 1938 tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais.
Exerceu a atividade de advogado no Fórum Civil e Trabalhista. Como jornalista foi repórter e redator do Jornal “Correio Mineiro”, Estado de Minas, Diário da Tarde e diretor da Rádio Guarani.Publicou livros e artigos em diversas revistas do Brasil.
Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito do Oeste de Minas de Divinópolis e da Faculdade do Vale do Rio Doce de Governador Valadares e professor Colégio Municipal de Belo Horizonte. Atuou como membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Sociedade de Antropologia de Minas Gerais, da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, da Ordem dos Advogados do Brasil na Sessão Minas Gerais e Instituto dos Advogados de Minas Gerais.